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quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Casa dos Espíritos

Autor: Isabel Allende
Páginas: 337
Título Original: La Casa de los Espíritus
Tradução: Carlos Martins Pereira
ISBN: 978-84-612-0592-9

Autor
Isabel Allende, de nacionalidade chilena, nasceu em Lima, no Peru, em 1942. Jornalista desde os dezassete anos, iniciou em 1982, com A Casa dos Espíritos, uma brilhante carreira que a converteu na romancista latino-americana mais lida do mundo. Entre as suas obras destaca-se, além da citada, De Amor e Sombra, Eva Luna, Os Contos de Eva Luna, O Plano Infinito, Paula, Afrodite, A Filha da Fortuna, Retrato a Sépia, O Meu País Inventado, Zorro e Inês da Minha Alma.
Sinopse
A Casa dos Espíritos relata a turbulenta história de uma poderosa família de latifundiários, os Trueba, ao longo de quase cem anos. A dura realidade da terra e o mundo espiritual e mágico entrelaçam-se através das diferentes gerações do romance, forjado à volta do forte carácter do patriarca, Esteban Trueba, e da sensibilidade de Clara, capaz de tocar o mundo dos espíritos com a sua mente. Envolvidos numas dramáticas relações familiares, as personagens encarnam as tensões sociais e espirituais da sua época até configurar uma espécie de parábola sobre o destino colectivo da América Latina.
Opinião
A Casa dos Espíritos é uma obra que relata a história de um país, através das peripécias de uma família. A acção começa com Esteban Trueba e o seu casamento com Clara. Duas personalidades com características diversas, ele com um carácter duro e autoritário e ela com uma sensibilidade e espiritualidade em destaque; estas características irão pautar todo o romance. Esteban recupera uma herdade familiar, Las Tres Marias, com pulso de ferro e uma vivência conflituosa com a irmã Ferula, devido ao relacionamento desta com a esposa. Com o nascimento dos filhos, Jaime, Nicolau e Blanca e a sua aproximação cada vez maior ao mundo dos espíritos, Clara afasta-se do marido, tornando-se praticamente dois estranhos. Esteban Trueba, que nunca teve um relacionamento próximo com os filhos, só irá sentir novamente sentimentos paternais com o nascimento da neta Alba. Uma história de conquistas e perdas ao longo de três gerações, que acompanha o desenvolvimento do próprio país, politica e socialmente. Com uma escrita cativante Isabel Allende apresenta nesta obra um conjunto de personagens, que a irão acompanhar noutras obras. Um romance que justamente é já considerado um clássico da literatura moderna.
4/5

terça-feira, 12 de abril de 2011

Às Dez a Porta Fecha

Autor: Alice Vieira
Páginas: 143
Depósito Legal: B-1926-2011
Editora: Editorial Caminho

Autor
Alice Vieira nasceu em 1943 em Lisboa. É licenciada em Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Desde de 1979 tem vindo a publicar regularmente livros, tendo mais de cinco dezenas de títulos. Alice Vieira é uma das mais importantes escritoras portuguesas para jovens, tendo ganho grande projecção nacional e internacional. Algumas das principais obras: Rosa, Minha Irmã Rosa, Este Rei que Eu escolhi, Dois Corpos Tombando na Água, Às Dez a Porta Fecha e a colecção de álbuns infantis intitulada Livros com Cheiro.
Sinopse
Às Dez a Porta Fecha é um peculiar romance juvenil, pois quase não encontramos personagens jovens. O livro trata da vida de velhos num lar de pessoas idosas. Conta-nos as histórias dos sonhos, desgostos e dores de homens e mulheres velhos que travam uma luta interior contra a rotina e o esquecimento das suas famílias. Mas é também um texto comovente e divertido com final feliz, visto que um dos velhos casa com uma companheira, sai do lar, e juntos descobrem o amor e constroem uma vida nova.
Opinião
Esta obra de Alice Vieira, tem algumas características especiais, pois é um romance juvenil (a sua leitura é recomendada a alunos do 8º ano de escolaridade, fazendo parte do Plano Nacional de Leitura), cuja acção decorre numa casa de retiro para idosos e não apresenta a habitual panóplia de personagens e aventuras que normalmente se encontram em livros deste género. Na Casa da Chaminé podemos encontrar os mais diversos tipos de pessoas, com diferentes experiencias de vida. Com o desenrolar da história a autora além das peripécias ocorridas no lar, faz flashbacks para contar vivências e sonhos que as personagens tiveram quando jovens, permitindo ao leitor acompanhar a realização ou não dos mesmos. Com um final, em que dois habitantes da casa começam uma relação amorosa, Alice Vieira transmite aos leitores que nunca é tarde para ser feliz. Uma bela história sobre experiências e vidas diferentes que mostra aos jovens as consequências das decisões que tomamos e que destaca o companheirismo e a sã convivência. Um livro de fácil leitura que me agradou particularmente.   
4/5

sábado, 9 de abril de 2011

Dois Corpos Tombando na Água

Autor: Alice Vieira
Páginas: 80
Depósito Legal: B-1926-2011
Editora: Editorial Caminho

Autor
Alice Vieira nasceu em 1943 em Lisboa. É licenciada em Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Desde de 1979 tem vindo a publicar regularmente livros, tendo mais de cinco dezenas de títulos. Alice Vieira é uma das mais importantes escritoras portuguesas para jovens, tendo ganho grande projecção nacional e internacional. Algumas das principais obras: Rosa, Minha Irmã Rosa, Este Rei que Eu escolhi, Dois Corpos Tombando na Água, Às Dez a Porta Fecha e a colecção de álbuns infantis intitulada Livros com Cheiro.
Sinopse
Entrego-te as palavras que entre meus dedos construí para alimentar de ti os recantos da casa invadindo o coração da noite entrego-te as palavras com a redonda luz das maçãs sobre a mesa e o rumor da água rasgando o caminho da paixão em horas que já não conseguimos sem ajuda recordar mas que habitam a mais frágil memória de nós próprios palavras jorrando dos meus olhos invadindo-te o sono e tropeçando nas esquinas das frases que decoro ao longo dos veios da tua pele.
Opinião
Este livro é constituído por cinco poemas, além do que dá o título à obra temos ainda Cinco Breves Momentos de Maio, Pelas Mãos e Pelos Olhos Eu Juro, Devagar no Centro do Fogo, Amor e Outros Crimes em Vias de Perdão. A autora em todos eles, com uma escrita cuidada e de grande beleza, transporta os seus leitores para um mundo de amor, paixão, abandono e desespero pela perda. Num ambiente de ambiguidade entre a noite, associada à paixão e ao contacto íntimo, e o dia, em que existe o abandono e o desespero de um não retorno, Dois Corpos Tombando na Água transporta-nos para uma atmosfera de euforia e ao mesmo tempo de ansiedade. Uma obra muito interessante, que me agradou positivamente, não sendo eu um apaixonado por poesia.
4/5

domingo, 3 de abril de 2011

Levantado do Chão

Autor: José Saramago
Páginas: 366
ISBN: 972-21-0277-X
Editora: Caminho

Autor
 José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, concelho da Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922. Foi viver para Lisboa com os pais ainda não tinha três anos. Fez o ensino secundário e não pôde continuar os estudos devido às dificuldades económicas da família. Teve que começar a trabalhar: o primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, depois desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Trabalhou durante doze anos numa editora, exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista “Seara Nova”. Publicou o seu primeiro livro Terra do Pecado em 1947, e até 1969 não publicou mais nada. A partir de 1976, dedicou-se exclusivamente ao trabalho literário. A sua bibliografia é extensa, destacando-se Levantado do Chão (1980), Memorial do Convento (1982), O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), livro censurado pelo governo português - o que leva Saramago a exilar-se em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha), onde viveu até sua morte, Ensaio sobre a Cegueira (1995), Todos os Nomes (1997) e O Homem Duplicado (2002). Primeiro autor de língua portuguesa a receber o Prémio Nobel de Literatura, em 1998. Casado com a jornalista espanhola Pilar Del Rio em segundas núpcias, Saramago deixou uma filha (do primeiro casamento) e dois netos. "Comunista hormonal", como ele mesmo se classificou, Saramago faleceu a 18 de Junho de 2010, aos 87 anos.
Sinopse
Levantado do Chão conta a saga de várias gerações da famí­lia Mau-Tempo, formada por trabalhadores rurais da região do Alentejo, sul de Portugal. A obra acompanha a vida de dor e sofrimento de três gerações: Domingos Mau-Tempo, o seu filho João e os netos António e Gracinda, casada com António Espada. Eles representam o povo do Alentejo. Um povo que luta contra as forças opressoras (os latifundiários, as forças da ordem e a Igreja). É uma luta obstinada e de muitos sacrifícios, num ambiente de miséria rural. É uma fotografia do movimento anti-fascista no Alentejo.
Opinião
Nesta obra José Saramago tem como objectivo fundamental a descrição do Alentejo, em todos os seus componentes. Utilizando a família Mau-Tempo para esse propósito, o autor relata-nos episódios de conflitos, amores, sacrifícios e grandes fomes, alguns amores, lutas, vitórias, transformação e de morte. A história começa no inicio do século XX com a geração de Domingos Mau-Tempo, passando pela Guerra Civil Espanhola e a 2ª Grande Guerra com João Mau-Tempo e terminando no revolução de 25 de Abril com António Mau-Tempo. A caracterização do latifúndio é efectuada ao longo destes anos com uma visão critica do regime, Estado Novo, e uma compaixão pelas dificuldades dos trabalhadores rurais. A utilização da família Mau-Tempo tem como principal intuito o destaque da personagem principal, o Alentejo. Um livro que em termos de capacidade literária ainda não mostra José Saramago no seu pleno, mas que descreve com uma realidade impressionante o latifúndio e as lutas do seus habitantes. Não faltam nesta obra as criticas acutilantes do autor, destacando-se a sua inclinação politica pelo comunismo. Não sendo o melhor livro de Saramago, é na minha opinião uma obra fundamental do autor e do Alentejo.
4/5