Autor: José Eduardo Agualusa
Páginas: 158
Depósito Legal: 308 740/10
Editora: Editorial Caminho, S.A.
Autor
José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, Angola, em 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura em Lisboa. De entre a sua vasta obra, destacam-se A Conjura (1988), Fronteiras Perdidas (1999), Estranhões e Bizarrocos (2000), O Vendedor de Passados (2004), e Barroco Tropical (2009). O Milagrário Pessoal (2010) é o seu mais recente romance. As suas obras estão traduzidas para diversas línguas europeias. Nação Crioula (1998) foi galardoado com o Grande Prémio de Literatura RTP.
Sinopse
Nação Crioula conta a história de um amor secreto: a misteriosa ligação entre o aventureiro português Carlos Fradique Mendes – cuja correspondência Eça de Queiroz recolheu – e Ana Olímpia Vaz de Caminha, que, tendo nascido escrava, foi uma das pessoas mais ricas e poderosas de Angola. Nos finais do século XIX, em Luanda, Lisboa, Paris e Rio de Janeiro, misturam-se personalidades históricas do movimento abolicionista, escravos e escravocratas, lutadores de capoeira, pistoleiros a soldo, demiurgos, numa luta mortal por um mundo novo.
Opinião
A obra começa com a chegada de Carlos Fradique Mendes a Luanda e as consequentes considerações deste sobre as diferenças desta com as cidades do velho continente. A história desenrola-se com a sua paixão por Ana Olímpia, que apesar de ser casada com um dos homens mais poderosos de Angola, era sua escrava. Quando o seu marido falece Ana Olímpia e Fradique Mendes pensavam poder dar largas ao seu amor, mas aparece no enredo um irmão do falecido marido que herda todo o seu legado e consequentemente a escrava ex-mulher. Para poderem ficar juntos, Ana e Fradique, com ajuda de amigos, fogem num navio negreiro para o Brasil. Aqui compram uma fazenda para se estabelecerem definitivamente no país, e como eram contra a escravatura decidem dar a alforria a todos os seus escravos, o que não é visto com bons olhos pelos restantes fazendeiros, obrigando o casal a fugir e regressar a Angola. Esta história é-nos relatada pelo próprio Fradique Mendes, em correspondência trocada com Madame de Jouarre (sua madrinha), com Eça de Queiroz e com a própria Ana Olímpia. É uma obra muito bem escrita, como é apanágio do autor, com descrições bem realistas das sociedades angolanas e brasileiras, com todos os seus aspectos importantes como são o caso da corrupção e a escravatura.
3/5