Novas Aquisições

A História de um Sonho

Autor: Arthur Schnitzler

Páginas: 95

ISBN: 978-989-554-759-3

Tradução: Mafalda Silva

Editora: Quidnovi

Autor

Arthur Schnitzler, escritor e médico austríaco, nasceu em Viena, a 15 de Maio de 1862, onde faleceu a 21 de Outubro de 1931. Interessado por psicologia, dedicou-se ao teatro e à literatura após a morte do seu pai. O Tenente Gustl e Senhorita Else foram outras das suas obras.

Sinopse

A cumplicidade e a intimidade de um jovem casal de burgueses vienenses são colocadas em risco, quando decidem confessar as suas fantasias, no regresso de um baile de máscaras. Numa sucessão de episódios (reais ou não) a história desenvolve-se de uma forma erótica. Este livro serviu de inspiração ao filme De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick.

Opinião

Este livro relata-nos como reage um jovem casal ao desvendar dos desejos e fantasias mais recônditas de cada um. Um conjunto de episódios reais e imaginários transportam-nos para um ambiente de erotismo e luxúria. O essencial da obra é a capacidade que cada um possui em revelar os seus desejos mais íntimos, mesmo à pessoa mais próxima (o companheiro ou companheira), e as consequências que advêm da revelação, tanto para o próprio, como para o casal e a sociedade. Uma história curta, bem conseguida, mas por vezes confusa e pouco entusiasmante, com um final enigmático e que não esclarece completamente o leitor, deixando em aberto várias possibilidades.

2/5

Dia do Pai

“A vezes o homem mais pobre deixa a seus filhos a herança mais rica.”

Ruth E. Renkel

Era Bom Que Trocássemos Umas Ideias sobre o Assunto

Autor: Mário de Carvalho

Páginas: 223

ISBN: 84-8130-554-5

Editora: Público, S.A.

Autor

Mário Costa de Carvalho nasceu, na cidade de Lisboa, em 1944 e licenciou-se em Direito em 1969, conjugando a profissão de advogado com a sua actividade literária. Até 1974, viveu vários anos exilado na Suécia e em França. Foi jornalista, argumentista de cinema e televisão, autor de obras de teatro, ensaísta, contista e romancista. Algumas das suas principais obras são: Contos da Sétima Esfera (1981), O Livro Grande de Tebas, Navio e Mariana (1982, Prémio Cidade de Lisboa), E se Tivesse a Bondade de me Dizer porquê (1986, com Clara Pinto Correia), Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde (1994, Grande Prémio APE de Romance) e Era Bom que Trocássemos Umas Ideias Sobre o Assunto (1995).

Sinopse

Dois antigos companheiros, Joel Stroess – cujo filho se encontra preso por tráfico de droga – e Jorge Matos – professor, jornalista, dramaturgo, antigo preso político e militante comunista – encontram-se, passados muitos anos, numa estância de veraneio. Já cinquentões, ambos pertencem à geração de transição da ditadura para a democracia. Embora a discussão política pareça extemporânea, Joel pretende, inconscientemente, viver a militância que não viveu no seu tempo. Matos, em contrapartida, é já um céptico. A presença de uma jovem jornalista, Eduarda Galvão, acrescenta um outro elemento de diálogo e confronto a um romance que combina deliciosamente humor, reflexão e autocrítica.

Opinião

Esta foi a primeira obra que li de Mário Costa de Carvalho, e fiquei agradavelmente surpreendido. Sem grandes expectativas relativamente a este livro (cujo titulo é um dos mais extensos que já vi), fui despertando para uma história bem construída, com uma escrita inteligente e acutilante. O autor através de um narrador omnipresente, mas não omnipotente, relata a vida de Joel Stroess, Jorge Matos e Eduarda Galvão, com interacções frequentes com o leitor (muito ao estilo de José Saramago). Um bom exemplo de como um livro não precisa de muita acção e suspense, para agarrar o leitor; com uma escrita cuidada, critica pertinente e uma boa dose de ironia Mário de Carvalho consegue o mesmo efeito. Uma grande obra da literatura portuguesa, de um autor a descobrir novas coisas futuramente.

4/5

Precious - A Força de Uma Mulher

Autor: Sapphire

Titulo Original: Push

Páginas: 179

Depósito Legal: B-32985-2010

Tradução: Ana Cristina Ferreira

Autor

Ramona Lofton, mais conhecida pelos seus leitores como Sapphire, nasceu em 1950 em Fort Orr, Califórnia. Pertencia a uma normal família de classe média, o seu pai era um sargento do exército e sua mãe era um membro do Women's Army Corps. Em criança, a família mudava-se constantemente de cidade, estado e país. Quando ela tinha apenas 13 anos, a mãe de Sapphire tornou-se vítima do alcoolismo, tendo falecido em 1983, nesse mesmo ano, o seu irmão, que era então um sem-abrigo foi morto num parque público. Sapphire abandonou os estudos para se tornar uma hippie e mudou-se para New York em 1977, tendo vários trabalhos estranhos, incluindo danças de topless e limpeza. No início de 1980 ela começou a escrever poesia e a realizar leitura em voz alta em vários locais. Sapphire acabou por regressar à escola e formou-se com distinção, em 1993, em dança moderna. Após a licenciatura, ela ensinou miúdos do Bronx e Harlem a ler. O seu primeiro livro, American Dreams (1994) é uma combinação de poesia e prosa. Cada uma das selecções neste livro conta a história da realidade cruel da vida interior da cidade de uma forma brutalmente honesta. American Dreams contém um de seus poemas mais polémico, Wild Thing, contada a partir da visão de um violador de 13 anos. Sapphire escreveu um segundo livro, um volume de poesia, intitulado Black Wings Blind & Angels, que foi publicado em 1999. Neste livro, Sapphire aborda uma multiplicidade de temas como a brutalidade policial, o seu relacionamento com o pai abusivo e a mãe alcoólatra e a sua identidade sexual. A sua obra mais famosa Push é caracterizada por possuir elementos autobiográficos.

Sinopse

Esta é a história de Claireece Precious Jones, uma jovem de 16 anos, igual às outras raparigas da sua idade em muitas coisas… mas muito singular noutras: Claireece é obesa, analfabeta, foi vítima dos abusos sexuais do seu pai, do qual teve uma filha, e é maltratada psicologicamente pela sua mãe. Quando Precious, após outra violação, fica novamente grávida, é expulsa da escola e começa uma nova educação num centro especial para casos extremos… e a sua vida mudará para sempre.

Opinião

Este livro relata-nos uma fase da vida de uma adolescente, e como a mesma sobrevive aos abusos sexuais do pai, aos maus tratos da mãe, ao nascimento de dois filhos (tendo apenas 16 anos) e a sua capacidade de luta contra uma vida de miséria e degradação. A narrativa é efectuada na primeira pessoa, utilizando uma linguagem oral e característica de uma jovem analfabeta, sendo por vezes forte e violenta, pois a realidade que relata é assim mesmo. O objectivo da autora é a alerta para muitos e variados factores de abusos e de descriminação, como por exemplo: os abusos sexuais parentais, a descriminação das classes mais desfavorecidas (principalmente da sociedade negra da América) e a descriminação da obesidade. No meio desta realidade cruel, há ainda espaço para a esperança, pois Precious sonha em aprender a ler, em conseguir viver num espaço seu com os seus filhos e a esperança continua presente numa pessoa muito marcada pela vida. Uma obra forte, crua com elementos autobiográficos, que alerta o leitor para várias questões sociais, mas que peca por um excesso de linguagem, que seria dispensável para contar esta excelente história.

4/5

Estatística 2010

·         Número de livros lidos – 56

·         Número de páginas lidas – 13.177

·         Livro com mais páginas – Futebol Total (Nick Holt/Guy Lloyd) – 762

·         Livro com menos páginas – Os Conjurados (Jorge Luís Borges) – 89

·         Autor mais lido – Júlio Verne e Isabel Allende (3)

·         Nacionalidades dos autores lidos: Portuguesa 21%

Francesa 14%

Americana 11%

Outras 54%

·         Tipo de Leitura: Romance 57%

 Aventura 16%

 Outros 27%

O Estranho Caso de Benjamim Button

Autor: F. S. Fitzgerald

Titulo Original: Tales of the Jazz Age: Fantasies

Páginas: 179

Depósito Legal: B-32984-2010

Tradução: Nuno Castro

Autor

Francis Scott Key Fitzgerald é considerado um dos maiores escritores americanos do século XX. As suas histórias, reunidas sob o título Contos da Era do Jazz, reflectiam o estado de espírito da época. Foi um dos escritores da chamada "Geração Perdida" da literatura americana. Fitzgerald nasceu em Saint Paul, Minnesota, nos Estados Unidos, em 24 de Setembro de 1896. Oriundo de família católica irlandesa, ingressou na Universidade de Princeton, mas não se chegou a formar. Durante a primeira guerra mundial, alistou-se como voluntário. Começou a carreira literária em 1920, com Este Lado do Paraíso, romance que lhe deu grande popularidade e lhe abriu espaço em publicações de grande prestígio, como a Scribner's e o The Saturday Evening Post. O seu segundo romance, Os Belos e Malditos, foi publicado em 1922. Com a esposa, Zelda Sayre, que introduziria um componente trágico na vida do escritor (em 1930 foi internada num hospício), Fitzgerald mudou-se para a França, onde concluiu o terceiro e o mais célebre de seus romances, O Grande Gatsby (1925). Essa obra, uma das mais representativas do romance americano, descreve a vida em alta sociedade com uma aguda reflexão crítica. Em 1934 publicou Suave é a Noite, romance pungente que o autor considerava sua melhor obra. Com a saúde já abalada pelo alcoolismo, Fitzgerald mudou-se então para Hollywood, onde trabalhou como roteirista cinematográfico. Em 1939 começou a escrever o seu último romance, O Último Magnata, publicado postumamente em 1941. A obra era a sua última tentativa de retratar a personalidade de um grande artífice do "sonho americano". Faleceu em 21 de Dezembro de 1940 em Hollywood.

Sinopse

Benjamim Button é um homem com uma vida ao contrário: nasce como um velho e à medida que vai vivendo, vai rejuvenescendo, o que lhe permite ver a sociedade que o rodeia com um olhar crítico, mas também experimentar uma série de problemas muito diferentes dos do comum dos mortais. Juntamente com a história protagonizada por Benjamim Button, este volume recolhe outras histórias catalogadas pelo autor como Fantasias, entre as quais se destaca Um Diamante tão Grande como o Ritz.

Opinião

Este livro é composto por quatro contos, além do Estranho Caso de Benjamim Button, fazem ainda parte da obra O Diamante tão Grande como o Ritz, O Tarquinio de Cheapside e Ó Bruxa do Cabelo Avermelhado! Todos os contos foram classificados pelo autor como fantasias, o que na minha opinião não é totalmente verdade. Pois se temos contos em que a fantasia impera como são o caso de O Diamante tão Grande como o Ritz, em que nos é apresentada uma clara caricatura da excentricidade, do poder e do dinheiro; e O Estranho Caso de Benjamim Button, no qual Fitzgerald evidência uma visão do mundo do fim para o inicio de uma vida e as suas consequências na respectiva adaptação. Os outros dois contos, não podem ser considerados na sua essência fantasia. Em O Tarquinio de Cheapside há uma clara tentativa de colagem do autor à tragédia clássica (não conseguida na sua plenitude); enquanto que em Ó Bruxa do Cabelo Avermelhado! Fitzgerald volta ao seu tema favorito, a critica do sonho americano e o contraste de uma vida simples, com a opulência e o luxo, já retratado em O Grande Gatsby. Os dois contos verdadeiramente de fantasia são realmente muito bons, mostrando uma faceta que ainda não conhecia do autor.

3/5

A Agência Thompson & C.ª - Segunda Parte

Autor: Júlio Verne

Titulo Original: L’Agence Thompson and Co.

Páginas: 268

ISBN: 84-473-3308-6

Tradução: J.B. Pinto da Silva e Diogo do Carmo Reis

Editora: RBA

Autor

Júlio Verne, escritor francês nasceu a 8 de Fevereiro de 1828 em Nantes e faleceu a 24 de Março de 1905 em Amiens, França. Considerado o pai da ficção científica moderna, Júlio Verne demonstrou interesse pela Literatura ainda muito jovem. Estudou Direito para agradar ao pai, mas jamais exerceu a profissão. Em 1863, publicou a primeira história da série Viagens Extraordinárias: Cinco Semanas em Balão. O imenso sucesso encorajou-o a produzir outras histórias na mesma linha – romances de aventura, com descrições detalhadas de paisagens que, apesar de fantásticas, eram cuidadosa e cientificamente concebidas. As Viagens continuaram com Viagem ao Centro da Terra (1864), Viagem à volta da Lua (1865), Vinte Mil Léguas Submarinas (1870) e A Ilha Misteriosa (1874), nos quais previa um grande número de descobertas científicas, incluindo o submarino, a televisão e as viagens espaciais. As obras de Júlio Verne tornaram-se populares em várias partes do mundo. Volta ao Mundo em 80 Dias, por exemplo, causou furor ao ser lançada em episódios no periódico Les Temps, em 1873. Em 1872, o escritor mudou-se para a cidade de Amiens e, em 1892, foi condecorado com a Legião de Honra.

Sinopse

Thompson é um empresário que inicia uma viagem pelas Ilhas Ibéricas. Sofre uma guerra de preços com uma empresa rival, ainda assim consegue embarcar um grupo de pessoas curiosas na viagem turística, das quais se destacam a bela americana Alice Lindsay, que viaja com a irmã Dolly e o irmão do ex-marido Jack. Durante a viagem, Jack tenta conquistar a cunhada, pois esta herdou a fortuna deixada pelo seu irmão, mas as vicissitudes da viagem tornam o tradutor Roberto num opositor, Alice apaixona-se por ele e provoca uma grande rivalidade entre ambos, ao ponto de Jack querer a morte do casal de enamorados. O barco fretado pela Thompson acaba por ser um barco velho, que não suporta todo o caminho encalhando na costa Africana, obrigando os turistas a lidar com canibais e bandidos, uma situação que é agravada pela aparente morte do tradutor, o único que parece ter sangue frio nestes eventos difíceis.

Opinião

 Nesta segunda parte da aventura, a viagem continua pelas ilhas espanholas e de Cabo Verde. Com descrições paisagísticas não tão extensas, como na primeira parte, mas com um rol de acontecimentos extraordinários e algumas peripécias caricatas, continuamos a acompanhar o desenrolar desta viagem Low-Cost ao longo do Mediterrâneo e do Atlântico. O livro apresenta um enredo básico e um conjunto de personagens pouco desenvolvida, não em número, mas em características; salva-se por algumas ideias originais, como são o caso das viagens económicas e a guerra da concorrência. Para quem, como eu, já leu uma grande parte da obra de Júlio Verne, esta obra não vem trazer nada de novo, pautando-se por um nível, de escrita e imaginativo, pouco elevado.  

2/5

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