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sexta-feira, 18 de março de 2011

Era Bom Que Trocássemos Umas Ideias sobre o Assunto

Autor: Mário de Carvalho
Páginas: 223
ISBN: 84-8130-554-5
Editora: Público, S.A.

Autor
Mário Costa de Carvalho nasceu, na cidade de Lisboa, em 1944 e licenciou-se em Direito em 1969, conjugando a profissão de advogado com a sua actividade literária. Até 1974, viveu vários anos exilado na Suécia e em França. Foi jornalista, argumentista de cinema e televisão, autor de obras de teatro, ensaísta, contista e romancista. Algumas das suas principais obras são: Contos da Sétima Esfera (1981), O Livro Grande de Tebas, Navio e Mariana (1982, Prémio Cidade de Lisboa), E se Tivesse a Bondade de me Dizer porquê (1986, com Clara Pinto Correia), Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde (1994, Grande Prémio APE de Romance) e Era Bom que Trocássemos Umas Ideias Sobre o Assunto (1995).
Sinopse
Dois antigos companheiros, Joel Stroess – cujo filho se encontra preso por tráfico de droga – e Jorge Matos – professor, jornalista, dramaturgo, antigo preso político e militante comunista – encontram-se, passados muitos anos, numa estância de veraneio. Já cinquentões, ambos pertencem à geração de transição da ditadura para a democracia. Embora a discussão política pareça extemporânea, Joel pretende, inconscientemente, viver a militância que não viveu no seu tempo. Matos, em contrapartida, é já um céptico. A presença de uma jovem jornalista, Eduarda Galvão, acrescenta um outro elemento de diálogo e confronto a um romance que combina deliciosamente humor, reflexão e autocrítica.
Opinião
Esta foi a primeira obra que li de Mário Costa de Carvalho, e fiquei agradavelmente surpreendido. Sem grandes expectativas relativamente a este livro (cujo titulo é um dos mais extensos que já vi), fui despertando para uma história bem construída, com uma escrita inteligente e acutilante. O autor através de um narrador omnipresente, mas não omnipotente, relata a vida de Joel Stroess, Jorge Matos e Eduarda Galvão, com interacções frequentes com o leitor (muito ao estilo de José Saramago). Um bom exemplo de como um livro não precisa de muita acção e suspense, para agarrar o leitor; com uma escrita cuidada, critica pertinente e uma boa dose de ironia Mário de Carvalho consegue o mesmo efeito. Uma grande obra da literatura portuguesa, de um autor a descobrir novas coisas futuramente.
4/5

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