Páginas

sábado, 8 de janeiro de 2011

O Anjo Branco

Autor: José Rodrigues dos Santos
Páginas: 678
ISBN: 978-989-616-390-7
Editora: Gradiva

Autor
José Rodrigues dos Santos nasceu em 1964 em Moçambique. Abraçou o jornalismo em 1981, na Rádio Macau, tendo ainda trabalhado na BBC e sido colaborador permanente da CNN. Doutorado em Ciências da Comunicação, é agora professor da Universidade Nova de Lisboa e jornalista da RTP. Trata-se de um dos mais premiados jornalistas portugueses, galardoado com dois prémios do Clube Português de Imprensa e três da CNN, entre outros. O Anjo Branco é o seu oitavo romance.
Sinopse
A vida de José Branco mudou no dia em que entrou naquela aldeia perdida no coração de África e se deparou com o terrível segredo. O médico tinha ido viver na década de 1960 para Moçambique, onde, confrontado com inúmeros problemas sanitários, teve uma ideia revolucionária: criar o Serviço Médico Aéreo. No seu pequeno avião, José cruza diariamente um vasto território para levar ajuda aos recantos mais longínquos da província. O seu trabalho depressa atrai atenções e o médico que chega do céu vestido de branco transforma-se numa lenda do mato. Chamam-lhe o Anjo Branco. Mas a guerra colonial rebenta e um dia, no decurso de mais uma missão sanitária, José cruza-se com aquele que se vai tornar o mais aterrador segredo de Portugal no Ultramar. Inspirado em factos reais e desfilando uma galeria de personagens digna de uma grande produção, O Anjo Branco afirma-se como o mais pujante romance jamais publicado sobre a Guerra Colonial – e, acima de tudo, sobre os últimos anos da presença portuguesa em África.
Opinião
Este novo romance de José Rodrigues dos Santos versa sobre a temática da Guerra Colonial em Moçambique. A obra está dividida em 3 partes fundamentais (analogia com a obra A divina Comédia de Dante): O Paraíso, na qual o autor relata o nascimento, infância e adolescência do protagonista, José Branco, no norte do país (Penafiel e Porto) durante a Segunda Guerra Mundial; O Purgatório, viagem do médico com a esposa para Moçambique e a sua adaptação ao novo país e ascensão profissional até a chegada a director do hospital de Tete e fundador do serviço médico aéreo de Moçambique; e O Inferno, auge da guerra na província de Tete e a constatação por parte de José Branco de massacres levados a cabo pela tropa Portuguesa nas aldeias próximas e os efeitos que os mesmos terão no seu futuro. Uma primeira parte muito interessante sobre como era a vida no norte na altura do racionamento das provisões devido à guerra e como se desenvolve uma personalidade nesse espaço e ambiente. A fase seguinte, a maior em termos de páginas, desenvolve a vida em Moçambique quando rebenta a Guerra Colonial, torna-se por vezes sem ritmo e muito parada levando a um abrandamento na velocidade de leitura. Uma parte final, violenta, como não poderia deixar de o ser, que faz o leitor ter uma pequena ideia de como seria o conflito armado naquela região. O Anjo Branco não apresenta o nível de A Vida Num Sopro, mas consegue informar e esclarecer os leitores sobres questões históricas importantes, com um enredo interessante, mas por vezes sem o ritmo necessário a uma obra extensa.
3/5

Sem comentários:

Enviar um comentário