Páginas

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Olhos Azuis, Cabelo Preto

Autor: Marguerite Duras
Titulo Original: Les Yeux Bleus, Cheveux Noirs
Páginas: 96
ISBN: 84-8130-532-4
Tradução: Tereza Coelho

Autor
Marguerite Duras é o pseudónimo de Marguerite Donnadieu, escritora, argumentista e realizadora francesa de origem vietnamita. Nasceu em Gia Dihn em 1914. Estudou Direito em Paris, onde pertenceu aos círculos existencialistas e se filiou no partido comunista. Lutou na resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial e morreu em Paris em 1996. Como romancista, publicou em 1942 Os Insolentes, mas só obteve reconhecimento a partir de Uma Barragem Contra o Pacífico (1950). Expoente do nouveau roman, ou “novo romance”, escreveu também O Jardim (1955) e Moderato Cantabile (1958). Os temas mais recorrentes são a saudade, a falta de comunicação, o amor, a ausência e a morte. A partir da década de 70 manteve um estreito vínculo com o cinema, que a tornou famosa. Destacam-se o argumento de Hiroshima Meu Amor (1959) e as realizações de India Song (1975). O Romance autobiográfico O Amante (1984) ganhou o prémio Goncourt e foi transposto para o grande ecrã. Outra das suas obras importantes é A Dor (1985).
Sinopse
Em pleno Verão, uma mulher alta e esbelta espera no vestíbulo de um hotel de praia. Dirige-se a ela um estrangeiro de olhos azuis e cabelo negro. Produz-se um encontro alegre e temeroso entre os dois. Entretanto, um homem que veste um fato demasiado caro observa a cena de fora, pela janela. Atraído pela beleza do estrangeiro, o homem elegante não repara no rosto nem na figura da mulher. Mais tarde, ao encontrar-se com ela num café, a mulher já está só, mas o homem elegante ignora que é a jovem que estava com o estrangeiro. A partir desta cena de desamor, fascínio e equívoco, Marguerite Duras constrói uma poética história de ausências, dor e falta de comunicação. A mulher alta, esbelta e já solitária continua próxima do homem elegante: ambos sofrem quando o estrangeiro se vai embora e ambos procuram consolar-se, mas a comunicação entre ambos não pode ser completa. O texto é em parte obra de teatro, recordação, e relato presente; é enriquecido por imagens quase cinematográficas que honram a condição de argumentista da autora, e algumas das cenas podem ver-se de diversos ângulos, como um poliedro. Escrita em 1986, Olhos Azuis, Cabelo Preto é a segunda obra de Duras após o êxito de O Amante. Neste desolado romance de Verão o amor é uma frustração e a dor expressa-se através do lamento dos protagonistas. É um relato difícil, sublime, em que o leitor deve comprometer o seu interesse e a sua paixão, porque a escritora não lhe permite que veja o pesar alheio de longe – como quis fazê-lo o homem elegante -, sem se submergir na história.
Opinião
Um livro pequeno e muito intimista, que possui todos os elementos que a autora costuma colocar nas suas histórias, como são o caso da saudade, a falta de comunicação, o amor, a ausência e a morte. A obra está estruturada como se duma peça de teatro se tratasse, pois apenas apresenta três cenários: o átrio do hotel, o café e o quarto na casa do homem elegante. O enredo baseia-se nos sentimentos profundos das duas personagens principais relativamente aos elementos supra citados. Uma história em que o mais importante são as emoções e não a acção, com uma escrita quase poética, Duras consegue transportar o leitor para os medos e as paixões da mulher esbelta e do homem elegante.
3/5

Sem comentários:

Enviar um comentário