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domingo, 3 de abril de 2011

Levantado do Chão

Autor: José Saramago
Páginas: 366
ISBN: 972-21-0277-X
Editora: Caminho

Autor
 José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, concelho da Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922. Foi viver para Lisboa com os pais ainda não tinha três anos. Fez o ensino secundário e não pôde continuar os estudos devido às dificuldades económicas da família. Teve que começar a trabalhar: o primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, depois desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Trabalhou durante doze anos numa editora, exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista “Seara Nova”. Publicou o seu primeiro livro Terra do Pecado em 1947, e até 1969 não publicou mais nada. A partir de 1976, dedicou-se exclusivamente ao trabalho literário. A sua bibliografia é extensa, destacando-se Levantado do Chão (1980), Memorial do Convento (1982), O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), livro censurado pelo governo português - o que leva Saramago a exilar-se em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha), onde viveu até sua morte, Ensaio sobre a Cegueira (1995), Todos os Nomes (1997) e O Homem Duplicado (2002). Primeiro autor de língua portuguesa a receber o Prémio Nobel de Literatura, em 1998. Casado com a jornalista espanhola Pilar Del Rio em segundas núpcias, Saramago deixou uma filha (do primeiro casamento) e dois netos. "Comunista hormonal", como ele mesmo se classificou, Saramago faleceu a 18 de Junho de 2010, aos 87 anos.
Sinopse
Levantado do Chão conta a saga de várias gerações da famí­lia Mau-Tempo, formada por trabalhadores rurais da região do Alentejo, sul de Portugal. A obra acompanha a vida de dor e sofrimento de três gerações: Domingos Mau-Tempo, o seu filho João e os netos António e Gracinda, casada com António Espada. Eles representam o povo do Alentejo. Um povo que luta contra as forças opressoras (os latifundiários, as forças da ordem e a Igreja). É uma luta obstinada e de muitos sacrifícios, num ambiente de miséria rural. É uma fotografia do movimento anti-fascista no Alentejo.
Opinião
Nesta obra José Saramago tem como objectivo fundamental a descrição do Alentejo, em todos os seus componentes. Utilizando a família Mau-Tempo para esse propósito, o autor relata-nos episódios de conflitos, amores, sacrifícios e grandes fomes, alguns amores, lutas, vitórias, transformação e de morte. A história começa no inicio do século XX com a geração de Domingos Mau-Tempo, passando pela Guerra Civil Espanhola e a 2ª Grande Guerra com João Mau-Tempo e terminando no revolução de 25 de Abril com António Mau-Tempo. A caracterização do latifúndio é efectuada ao longo destes anos com uma visão critica do regime, Estado Novo, e uma compaixão pelas dificuldades dos trabalhadores rurais. A utilização da família Mau-Tempo tem como principal intuito o destaque da personagem principal, o Alentejo. Um livro que em termos de capacidade literária ainda não mostra José Saramago no seu pleno, mas que descreve com uma realidade impressionante o latifúndio e as lutas do seus habitantes. Não faltam nesta obra as criticas acutilantes do autor, destacando-se a sua inclinação politica pelo comunismo. Não sendo o melhor livro de Saramago, é na minha opinião uma obra fundamental do autor e do Alentejo.
4/5

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